Soft Opening em Restaurantes: 3 ideias para aplicar no seu restaurante

Soft opening em inglês, marcha blanca em espanhol. E em português, como chamamos esse período de testes, de afinamento dos detalhes, de concretização do conceito — de vida real?

Pois é, na língua portuguesa não temos uma expressão que englobe essa fase da abertura de um negócio de foodservice. Mas veja: não é pela ausência de uma palavra que este momento deva ser tratado com desleixo ou mesmo ignorado. Nada de abrir “de verdade” sem entender os detalhes que podem ser corrigidos ou melhorados.

Tenho observado, aqui em Lima — a capital gastronômica da América Latina —, a abertura dos mais variados tipos de estabelecimentos. Restaurantes de chef famoso, cafeterias, restaurantes temáticos... Todos, sem exceção, trabalham cerca de 20 dias no formato marcha blanca, o equivalente ao soft opening.

Te convido a entender o que fazem neste período, quais as vantagens e que aprendizados podem surgir dessa fase de testes antes da inauguração.

Cafeteria e o poder do feedback do cliente

Caminhando a pé, me deparei com uma placa estrategicamente posicionada na porta de uma cafeteria, quase como um convite. A mensagem era clara e direta:
20% de desconto em todo o cardápio, em troca da sua opinião sobre os produtos e serviços oferecidos.

Atraída pelo desconto — e pela curiosidade de conhecer uma cafeteria nova — entrei. E aí veio a sequência de ouro de uma marcha blanca bem executada: a atendente me trouxe o cardápio, explicou brevemente os itens, reforçou o desconto com descrição e se afastou.

Ou seja, me deu o tempo necessário para olhar o cardápio, visitar a vitrine de doces e decidir com calma. Atendimento sem pressa ou pressão — exatamente o que espero de uma boa cafeteria.

Lembre-se: observar o comportamento da equipe e orientá-los sobre as sutilezas de um bom atendimento é algo essencial nesses dias preciosos de funcionamento silencioso. O estabelecimento ainda está sem tanto movimento e o dono (ou administrador) pode e deve aproveitar o momento para ajustar processos.

Restaurante temático e o impacto das redes sociais

Minha experiência com esse segundo exemplo começou com um post que apareceu no meu Instagram. Atraída pela estética da foto, cliquei para conhecer o perfil. No feed, poucas imagens — todas de detalhes arquitetônicos do local: luz baixa, balcão, traços japoneses nas paredes.

Bingo: um novo restaurante, bem próximo de onde moro, estava em processo de abertura.

Fui até lá e fui recebida com a explicação:

“Estamos em marcha blanca, por isso nosso horário de funcionamento ainda está reduzido: abrimos das 12h às 15h e reabrimos das 19h às 22h. Depois, o horário será corrido.”

Voltei no dia seguinte, uma sexta-feira, para experimentar o balcão que havia me atraído nas redes sociais. Às 12h, eu era a única cliente no restaurante, que foi enchendo aos poucos.

Assim como na cafeteria, o período de soft opening também oferecia 20% de desconto. Almocei e postei no meu próprio perfil, marcando o restaurante e lembrando aos meus seguidores da promoção até o domingo seguinte.

O restaurante ganhou publicidade gratuita e completou a minha jornada de descoberta — que, mais uma vez, havia começado nas redes sociais.

Restaurante de chef famoso e a força da comunidade gastronômica

O chef Jorge Muñoz é executivo de algumas casas em Lima, além de ser responsável pelo restaurante Oqre, em um dos hotéis mais estrelados de Cusco, o Belmond Monasterio. Uma figura respeitada na cena gastronômica peruana, ele inaugurou este mês um novo restaurante: Casa Sarao, que mescla culinária espanhola com insumos peruanos.

Qual foi a estratégia de abertura?

Almoços e degustações para outros chefs da cidade, influenciadores de gastronomia reconhecidos e posts planejados nas redes sociais cerca de um mês antes da largada oficial.

O efeito de “onipresença” — garantido pela marcação dos outros chefs e criadores especializados — foi suficiente para gerar reconhecimento, autoridade e desejo. Afinal, quem não gostaria de conhecer um novo restaurante que já nasce com o endosso da comunidade local?

Conclusão: um período silencioso que ensina

O soft opening — ou marcha blanca — é mais do que uma fase de testes. É um período de aprendizado, ajustes e conexão genuína com o público. Serve para colocar o conceito à prova, formar a equipe, calibrar o atendimento e, de quebra, gerar visibilidade orgânica.

Não há nome em português para isso, mas há algo essencial que essa etapa traduz: a importância de começar bem, antes de abrir de vez.

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